A NARRATIVA
Pode constituir-se de diferentes maneiras: piada, peça teatral, crônica, novela, conto, fábula e outros. É todo texto que expõe um relato, uma sequência de ações. É discorrer sobre fatos. Contar. Deve conter os seguintes elementos.
ELEMENTOS BÁSICOS DA NARRATIVA:
- Fato - o que se vai narrar (O quê?)
- Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)
- Lugar - onde o fato se deu (Onde?)
- Personagem - quem participou ou observou ocorrido (Quem?)
- Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)
- Modo - como se deveu o fato (Como?)
- Consequência (Geralmente provoca determinado desfecho)
1º Texto: O ACIDENTE
Em uma noite chuvosa, dois carros se chocam em uma estrada. Um pertencia a um advogado, outro a um médico. Ao sair de seu automóvel, o médico, preocupado, se dirige ao carro do advogado e pergunta se ele está ferido, examina-o brevemente e constata não haver nada de grave. Só então os dois passam a verificar o estado dos carros e como se deu a batida.
Chegam à conclusão de que não havia como escapar do acidente na situação em que tinha acontecido: a estrada estava molhada, escura e mal sinalizada. Como, toda via, o advogado já tinha ligado para a polícia rodoviária, resolveram ficar esperando enquanto a viatura não chegava, para avisar aos policiais que cada um ia assumir seus prejuízos.
Conversa vai, conversa vem, o advogado vai ficando íntimo do médico e até lhe oferece uísque. O médico aceita, bebe três goles longos e pergunta:
- E você, amigo não vai beber?
O advogado responde:
- Só depois que a polícia chegar.
Adaptado de http://www.portalimpacto.com.br/docs/01JoanaF3VestAula25.pdf. texto extraído dia 12/01/2010.
2º Texto: Conversinha Mineira
- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
- Sei dizer não senhor: não tomo café.
- Você é dono do café, não sabe dizer?
- Ninguém tem reclamado dele não senhor?
- Então me dá café com leite, pão e manteiga.
- Café com leite só se for sem leite,
- Não tem leite?
- Hoje, não senhor.
- Por que hoje não?
- Porque hoje o leiteiro não veio.
- Ontem ele veio?
- Ontem não.
- Quanto é que ele vem?
- Tem dia certo não senhor. Ás vezes vem, ás vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.
- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!
- Ah, isso está, sim senhor.
- Quando é que tem leite?
- Quando o leiteiro vem.
- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feito a coalhada?
- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
- E há quanto tempo o senhor mora aqui?
- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.
- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
- Para que Partido?
- Para todos os Partidos, parece.
- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição por aqui.
- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que é outro. Nessa mexida...
- E o Prefeito?
- Que é que tem o Prefeito?
- Que tal o Prefeito daqui?
- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
- Que é que falam dele?
- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
- Você, certamente, já tem candidato.
- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
-Aonde , ali? Ué, gente: penduraram ai...
SABINO, Fernando. A Mulher do Vizinho. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1962. pp 144.
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